Todos somos da mesma espécie

Depois de 11 horas de voo São Paulo - Toronto, o que mais me encantou foi que finalmente me deparei com o chamado Primeiro Mundo. Apesar das minhas dores no corpo pela viagem em um poltrona da classe econômica, dormindo destas 11 horas apenas umas 2 horas e isso porque colocaram para nós assistirmos Os Incríveis que já vi umas duzentas vezes e desta vez sem legenda não resisti, então acordei tomei meu café no avião e parti para a civilização, nossa o aeroporto maravilhoso e mesmo que eu quisesse me perder nunca me perderia, passei pela imigração tremendo lógico, pois foi ali que meu inglês até então pouco testado foi colocado a prova e não é que deu certo! Entrei em território canadense... Aeroporto limpo, enorme, com placas indicativas em todo lugar, funcionários falando 4 línguas, tudo maravilhoso, só vendo para entender que realmente precisamos evoluir muito para chegar neste nível.
Então, já com muitas saudades e um aperto enorme no coração fui a caminho de Vancouver, porém desta vez sozinho sem nenhum brasileiro ao meu lado, foi então que sentei ao lado de uma senhora canadense toda simpática e falante (parecia sua mãe Pri), aí sim estava bacana, porque pensei se ela quer falar então vamos lá e comecei soltar o verbo, muitas vezes tudo errado, mas estavamos nos entendendo e a tia de tão simpática falou q meu inglês estava ótimo (Affffh) e que em dois meses ia virar canadense (quem dera!) então ela dormiu, liguei a plasma na minha frente e já estava inserido, em poucas horas, falando e pensando em inglês, absolutamente sem querer, tipo uma tecla SAP, então fui assistir a uma ótima comédia chamada Bore of Love (sem legendas) entendi 70% do filme, mas como era comédia o contexto ajuda um pouco. Então parti para o In the Land of Womem com o Seth de The O.C. onde na verdade ele interpreta ele mesmo neste papel, o mesmo Seth egoísta do seriado, um bom filme, porém agora com uns 50% de entendimento, pois trama a esta altura, já viu né! Foi então que resolvei assistir um show ao vivo do Coldpaly no Canadá e quando tocou Fix You eu comecei a cair em lágrimas (você sabe porquê?). Ai desliguei tudo e fui observar Vancouver do alto, uma paissagem mista de montanhas, canais, rios e neve, que lindo! Fiquei emocionado neste momento! Fora a primeira vez que vi a neve na minha vida!
Então desci em Van, peguei minhas malas, paguei o mico da plaquinha e vim para casa, oh sweet home, um casal de senhores veio me receber em uma casa tipica de filmes de hollywood, no pé das montanhas, uma paissagem maravilhosa em bairro lindo, então me passaram todas as regras da casa (essa foi a pior parte!), como por exemplo, um banho por dia, lavar roupa uma vez por semana e etc. e então me apresentaram para outro estudante da Arabia Saudita que está na casa comigo, o Muhamed, cara super bacana com um inglês bem parecido com meu nível, porém com uma cultura totalmente diferente, fomos até o centro, ele me levou até a minha escola e tal para eu aprender o caminho e conversamos bastante, nossa tanta curiosidade que tinha com os Sauditas, e tipo perguntei se lá tinha brasileiros e ele me responde 'não, o meu motorista é indiano, o meu jardineiro filipino e meu cozinheiro chinês' eu pensei 'fdp', mas tudo bem estavamos nos dando bem, foi então que no centro encontrei mais um monte de amigos dele da Arabia, da Argentina, do México, Japão, Coréia e sei lá mais de onde e mesmo que eu não conseguisse terminar uma frase em inglês ou falasse errado, todo mundo se entendia, pois no final da frase tinha um olhar ou um gesto que finalizava o raciocínio e indiferente da nacionalidade, todos ali eram seres humanos.